FERNANDO MAIA – UM FOTÓGRAFO ESSENCIALMENTE URBANO

FERNANDO MAIA UM FOTÓGRAFO ESSENCIALMENTE URBANO

Fernando Maia é um carioca essencialmente urbano, nasceu e foi criado  no Arco do Teles, região central da cidade. Formado em Jornalismo pela Gama Filho começou em um jornal de bairros, o Bom Dia que fazia cobertura na Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Maia fez toda sua vitoriosa carreira no jornal O Globo onde em seus vinte e cinco anos no departamento fotográfico sempre procurou a boa imagem. Maia transitou pelas mais diversas pautas, de simples entrevistas a três Copas do Mundo, Olímpiadas, posse de presidentes e muitas viagens internacionais. É um fotojornalista pleno, capaz de fazer imagens marcantes em pautas relativamente simples. Atualmente se dedica a produzir desde 2012 um banco de imagens do Rio de Janeiro, em especial de fotografias aéreas obtidas através de sua câmera Canon 5D.

Fernando Maia teve seu “batismo de fogo” quando foi fotografar o Atentado ao Riocentro, em uma noite de 30 de abril de 1981 que ficou para a história. Teve seu equipamento apreendido pelas forças de segurança sob a alegação que estaria violando uma situação que poderia por em risco a segurança nacional. Aprendeu também que nem sempre o registro de imagens nem sempre é bem vista. Foi também a enorme  frustração de nada poder registrar, era um momento da maior importância de nossa história. Mas a violência não o intimidou, continuou sua batalha diária, mesmo tendo aprendido que a utilização da imagem nem sempre é bem vinda, principalmente pelos agentes da criminalidade. Começou então uma vitoriosa trajetória no jornal O Globo onde participou das várias transformações que o Fotojornalismo passou, do final do século XX para o início do século XXI onde a tecnologia passa a dominar. Veio à sua lembrança do dia em que chegou ao prédio da Rua Irineu Marinho onde o Tri-X da Kodak reinava absoluto, depois foi a vez dos cromos, em seguida o negativo colorido até a chegada da tecnologia digital, para ele uma revolução no Fotojornalismo que veio facilitar em muito a transmissão de imagens.

Sua primeira grande cobertura internacional foi o Mundial de Juniores em Portugal no ano de 1991. Foi também o início de uma série de competições esportivas que moldaram sua técnica e proporcionaram também uma série de viagens internacionais. Fernando considera o atletismo um grande desafio, devido à diversidade de competições que exige além de um grande domínio técnico, um equipamento diversificado. Uma de suas maiores emoções foi fotografar o homem mais veloz do mundo Usain Bolt para a Agência EFE durante os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Outro grande momento foi o prêmio da melhor fotografia que  recebeu ao registrar a vitória de Alain Fontelles sobre o imbatível Pistorius durante a Paraolimpíada. Lembra também emocionado a viagem em agosto de 2004 a Porto Príncipe capital do Haiti acompanhando a seleção brasileira de futebol, a população imersa em uma guerra fratricida deixou de lado a violência e foi toda ela aplaudir nossos craques. A ideia da “diplomacia da bola”                   idealizada pelo presidente Lula foi promover a Paz e acabar com a matança que acontecia, onde irmãos guerreavam contra irmãos. Foi a prova da importância do futebol como uma forma de pacificação.

Fernando Maia contesta a opinião pessimista de que o Fotojornalismo tenha chegado ao seu final. Para ele “O Fotojornalismo não acabou, quem procura acabar com a sua importância é o mercado que procura impor padrões conforme seus próprios interesses.  O autêntico Fotojornalismo nunca vai ter fim, é a Imprensa que passa por uma crise de identidade”.

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