SÉRGIO MORAES – UM CAMPEÃO NA FOTOGRAFIA E DA NATAÇÃO

“Para registrar o momento único é preciso ter a atenção e os reflexos de um campeão. Para conseguir esse objetivo é necessário muito treinamento”.

Sérgio Moraes Chief Photographer for Brazil

Sérgio Moraes é um campeão no Fotojornalismo onde ocupa o cargo de editor-chefe de fotografia da Agência Reuters no Brasil e também um craque nas competições de natação. O interesse pela fotografia veio pela influência de seu pai José Antônio Castilhos de Moraes, um dos expoentes da equipe fotográfica do Jornal do Brasil nos anos sessenta. Moraes ainda um menino ficava horas e horas admirando as belas fotografias da Idade de Ouro do Jornal do Brasil, na “Era Alberto Ferreira”, para ele o maior editor de fotografia de todos os tempos. Em uma família de craques da nobre arte da fotografia, suas irmãs Nana e Bebel fizeram fama com belas imagens produzidas em estúdio, onde aprenderam como usar a magia da luz com o mestre Zé Antônio, onde do outro lado da vida ele contempla a trajetória de seu neto Ricardo, quase um menino, mas um dos grandes profissionais da mais nova geração.

Sérgio Moraes começou muito cedo na profissão em São Paulo, aprendeu muita coisa no estúdio de José Rodrigues, mas fez seus primeiros passos no Fotojornalismo na Editora Abril onde o editor Pedro Martinelli se tornaria um grande amigo. Fez também alguns serviços para a revista Placar, ainda em sua fase semanal, começa aí a sua grande paixão pelos esportes. Em 1984 foi para a Folha de São Paulo onde ficou um tempo até ser contratado pela revista Isto É, trabalhou um período na sede até voltar para o Rio onde ficou na sucursal até 1988. Teve uma breve passagem pelo Globo e foi para o Jornal do Brasil onde passou a conviver diariamente com as imagens da Associated Press- AP agência noticiosa que funcionava no mesmo prédio, começa aí seu interesse pela imprensa internacional. Começa a trabalhar na Reuters em 1995 até ser convidado para a criação de um novo jornal especializado em esportes, o Diário Lance no final de 1997 onde ficou até 2001, aí bateu a saudade e voltou para a Reuters onde está até os dias de hoje. Em seu retorno foi enviado para o Campeonato Mundial de Futebol sub-20 onde Kaká despontava como um novo ídolo. Participou também das Olimpíadas de Atlanta, Sidney, Atenas, Pequim, Londres e da última aqui no Rio de Janeiro em 2016. No futebol cobriu as Copas de 1994, 1998 e a de 2014 no Brasil, onde teve a amarga experiência de ser atingido por uma pedra que o deixou fora de combate e a recordação de vários pontos na cabeça. Foi em Belo Horizonte durante os protestos contra a Copa do Mundo.

Para Moraes o esporte é fascinante, e acredita que o fotojornalista tem de se preparar, assim como o atleta, para cada modalidade esportiva. Cada uma é diferente da outra, cada uma tem características próprias e cada uma tem sua dificuldade, daí a necessidade do profissional da imagem treinar, assim como treinam os atletas e sentencia “minha expectativa para uma competição é a mesma de um atleta, a véspera e os momentos que antecedem uma competição exigem dedicação e concentração integral.”

Depois de fotografar nos quatro cantos do mundo em mais de quatro décadas é difícil para ele escolher os momentos marcantes de sua trajetória, mas dentre as milhares de fotos que fez cita a imagem do lateral Branco da seleção ao colocar o Brasil nas finais contra a Holanda. O jogador que deu o gol da vitória ao Brasil vai às lágrimas e o grande Oldemário Touguinhó fez a manchete definitiva “Homem também chora”. Um dia de muita tensão foi na final da Copa 1998 na França quando foi anunciado Edmundo no lugar de Ronaldo Nazário, mas na hora da entrada em campo veio Ronaldo, que depois de vários problemas foi substituído por Edmundo. Todos ficaram desnorteados, não somente o craque da seleção. Mas não só de futebol e esportes vive o fotógrafo, uma de suas experiências mais gratificantes foi pelo Caderno Viagem do JB em que conheceu e fez belíssimas fotos da Áustria, Hungria e Polônia. Foi em 1990, ele iria para a Copa da Itália, mas em virtude do Plano Collor a equipe foi reduzida. A frustração de não participar da Copa 1990 foi compensada, na prática acabou sendo premiado pela viagem ao exterior. Aí conheceu novas culturas, novas paisagens.

Sergio e Nana Moraes criaram em Santa Teresa um espaço dedicado às artes, o Retrato Espaço Cultural, com a Galeria Escombro, um espaço exclusivo para a fotografia. Na certeza da necessidade de estar sempre atualizado frente às constantes modificações impostas pelas novas tecnologias está embarcando para a Cidade do México em um Curso de Edição em Fotografia Esportiva, na certeza que é necessário estar sempre um passo à frente aos novos desafios que se apresentam no dia a dia. Para isso sente-se em plena forma, graças aos mergulhos diários nas águas da Baía de Guanabara.